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Guerra Civil: Alter Ego!

Como muitos de vocês sabem, uma das grandes discussões desses dias nos grupos de BS foi sobre a regra de alter egos, que impossibilita um personagem de ser colocado em cena se um personagem já tiver o seu alter ego. A galera ficou bem dividida, umas pessoas querem que essa regra seja reformulada, outras querem que ela continue como está. E para ilustrar toda essa polêmica, convocamos nossos dois escritores para explicar o seu lado da história!

Representando a opinião contra a regra de alter ego, Rafael Tanabe:


E ai galera, aqui é o Rafael Tanabe e hoje vou defender porque acho que a regra de alter egos deve ser reformulada. Bom, primeiramente vou argumentar os motivos de achar uma regra ruim, e depois vou tentar contra argumentar as defesas mais comuns a essa regra. Vamos lá:


As duas principais mecânicas do BS são colocar personagens em cena e usar ações com esses personagens. Desde a montagem do deck o jogador escolhe os personagens que funcionam melhor com a estratégia pensada para o seu deck, e essa regra muitas vezes impossibilita um jogador de utilizar uma dessas cartas escolhidas, pelo simples fato que o seu oponente escolheu a mesma carta e teve a oportunidade de usá-la primeiro.


Isso atrapalha a competitividade do jogo, pois muitos decks deixam de ter o seu potencial máximo pra corrigir esse problema, adicionando cards que não tem nenhuma relação com a estratégia principal do deck. Além disso, aumenta mais o fator sorte do jogo, pois pode criar uma situação em que mesmo que o jogador tenha se preparado para essa situação na montagem do deck, ele precisa de cartas especificas do deck pra isso, que podem não vir. Mesmo que essas cartas apareçam, muitas vezes o estrago já foi feito. No Battle Scenes, assim como na maioria dos cardgames, nós temos cartas de early, mid e late game, e se essa regra impossibilita um jogador de usar cartas de early game do seu deck no começo, mesmo que ele as consiga jogar em uma outra etapa do jogo, elas já não vão ter a força e a função que teriam no começo.


É uma regra altamente baseada em flavor e não jogabilidade, o que é muito ruim para um card game cada vez mais competitivo. Ela neutraliza a estratégia de um jogador passivamente, sem o seu oponente ter mérito por fazer isto. Ela faz com que cartas sejam usadas como exploit e não com a sua devida função, uma vez que jogadores em posições avantajadas usam cards sem aplicar a sua função principal simplesmente para que o seu oponente não possa jogá-los. Ela além de atrapalhar o gameplay saudável também atrapalha a montagem de decks.


A minha proposta é que a regra de alter egos mude e faça com que um jogador não possa colocar um personagem de alter ego igual ao que ele já tem, mas que possa colocar uma carta de alter ego igual ao que o oponente tem (no caso mesmo nome para suportes). Isso vai fazer com que os jogadores possam utilizar completamente a sua própria estratégia, e que essa estratégia tenha mais impacto na gameplay.


E agora, do outro lado, temos o Rafa Oliveira, defendendo a regra:


Fala, Galera! Tudo beleza? Aqui é o Rafa Oliveira! Vou tentar resumir em alguns parágrafos a razão que me faz ser a favor da regra de alter egos. Quero deixar claro, desde já, que minha intenção é unicamente debater sobre o tema, sem pretensão de ofender qualquer opinião contrária. Para tanto, procurarei justificar minha opinião de forma teórica e prática.



Na teoria, acho interessante frisar que Battle Scenes é um jogo que simula “Cenas de Batalha” dos personagens da Marvel Comics. Tendo essa informação como norte, fica mais fácil entender o porquê de terem inventado a regra de alter ego, uma vez que os fãs dos quadrinhos e filmes bem sabem que um personagem não ocupa dois lados da batalha, ao mesmo tempo. Você não verá o Dr. Estranho enfrentando um inimigo e deparando-se com um segundo Dr. Estranho no lado oposto da batalha. Claro que, se isso acontecesse, uma explicação posterior apareceria na história: poderia ser um Skrull, ou mesmo um dos diversos metamorfos presentes no Universo da Marvel (que geralmente são representados no jogo). Portanto, ficaria ilógico um jogo que procura simular as cenas de batalha da Marvel, ignorando um fator que traz mais “veracidade” aos combates.


Sei que muitos vão dizer: Mas, Rafa, isso é apenas um jogo, você não acha que está exagerando (ou viajando) na sua teoria?!?! Pois bem, vamos aos fatores técnicos da minha defesa:


Battle Scenes é um jogo que possui um meta game pouco diversificado. Boa parte de nós sabe quais são os cards ou decks mais utilizados nos principais torneios, e para exemplificar isso, vou contar meu breve relato do Royal 2016: Eu joguei 10 partidas durante toda a competição, sendo que dessas, ganhei 7 e perdi 3. Das 10 disputas, 7 eram contra Iluminati!!! Das 3 partidas que perdi, 2 foram contra Iluminati.


É possível que alguns de vocês pensem: lá vem o Rafa com essa campanha contra o deck de Iluminati!!! Mas eu garanto a vocês que meu problema não é com o deck, e sim contra a pouca diversidade que encontramos em torneios desse tipo, que empobrecem o jogo, na minha opinião.


Retomando meu raciocínio... quando um piloto resolve montar um deck com os cards e filiações mais fortes, é preciso que ele tenha alguma desvantagem! Pois um jogo é feito de benefícios e malefícios, não adianta querer jogar com tudo que é mais forte e não ter nada que possa atrapalhar no processo. Porque, sinceramente, o que me parece é que boa parte dessa turma que defende a alteração da regra do alter ego só quer poder usar um deck extremamente forte, que já possuí pouquíssimas fraquezas, com ataque e defesa muito bons, sem precisar preocupar-se em encontrar jogadores que pensaram o mesmo que ele.


Portanto, meu problema com a retirada da regra de alter ego é o fator Iluminati e afins! Porque se querem usar os cards mais fortes num torneio importante, precisam encontrar uma desvantagem e no momento o alter ego parece ser a pedra no sapato destes jogadores. E eu defendo minha afirmação, tendo como base minha experiência no Royal 2016, onde MAIS DA METADE dos meu oponentes possuíam, em tese, o mesmo deck.


A retirada da regra de alter ego apenas iria empobrecer o jogo e não melhorá-lo, pois teríamos cada vez mais decks iguais, transformando Battle Scenes em: Quem constrói o melhor Iluminati?!


Acredito que o jogo precisa de melhorias e estou vendo a COPAG mexer os pauzinhos para que elas aconteçam. Acredito que o surgimento de novas coleções e mais opções para os jogadores seja uma solução muito mais produtiva e enriquecedora do que simplesmente banir uma regra que, ao meu ver, torna o jogo mais estratégico e inibe uma repetição tediosa que já enfrentamos nos torneios.


Por último, finalizando minha análise e defesa, enfatizo que já existem mecânicas no jogo que permitem burlar a regra de alter ego, seja com cenários, suportes ou personagens metamorfos. A função deles é justamente criar uma possibilidade de ter os mesmos personagens que o adversário em cena!


Mas e o fator sorte?! Poderiam questionar-me... Bom, resta dizer que existem várias mecânicas que permitem o tutoramento destes cards que ajudam na tarefa de colocar personagens com o mesmo alter ego, basta pensar nas possibilidades.


Então, se jogadores querem SEMPRE usar personagens e decks mais fortes, precisam levar em consideração que uma boa parcela de seus adversários também pode fazer o mesmo, separando alguns “slots” no deck para enfrentar essa situação. E não querer moldar as regras do jogo para benefício próprio.

Colocado os dois lados dessa guerra, de que lado você está?

Deixe seu comentário, vamos discutir qual é o melhor para esse jogo que a gente ama tanto!

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